Em 2008, o Gol se reinventou efez o Fox ser vendido com desconto. Mas, agora que o altinho deu a volta por cima, qual deles escolher?
O novo Gol tinha acabado de chegar às ruas e, numa conversa informal, um funcionário da Volkswagen me contava as qualidades do carro. Diante da enorme evolução do modelo “G4” para o “G5”, provoquei: “Agora quero ver o que vocês vão falar para vender o Fox...” O engenheiro então esboçou um sorriso e antecipou: “Espere só o que a gente vai fazer com ele no ano que vem”. Não era blefe: o Fox “G2” passa uma borracha na maioria das falhas do antigo. E começa a escrever um novo capítulo na história do modelo. Logo de cara, a gente já nota a maior maturidade dele. A frente com grade e faróis mais retilíneos, que faz parte da nova identidade visual dos VW na Europa, deu um ar mais sério ao compacto. Incrível como ele deixou o Gol, representante da “era Tiguan” (faróis estreitos e espichados, grade de cantos arredondados) com jeito de coleção do ano passado. Isso não quer dizer, porém, que o carro mais vendido do país tenha perdido a graça. Lateral e, principalmente, traseira são mais interessantes. No Fox, a parte de trás continua com lanternas pequenas (embora com desenho interno mais bacana) e vidro retangular, sem graça.
sempre teve) e, enfim, forração de tecido nas portas. O
Gostou das mudanças do Fox? Então, vamos logo à má notícia: não dá mais para comprá-lo pelo mesmo preço do Gol, como aconteceu no lançamento do “G5”. E a diferença é significativa em se tratando de modelos 1.0. Enquanto o líder de vendas parte de R$ 28.850, o irmão mais alto custa R$ 32.360 (na versão quatro portas). A vantagem do Fox são os equipamentos de série, como direção hidráulica, limpador/lavador do vidro traseiro e rodas aro 15 com pneus 195/55. O Gol básico não oferece nem conta-giros, e as rodas são aro 13 com pneus 175/70. Para chegar à configuração mais desejada (ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros elétricos), os preços pulam para R$ 34.285 (Gol) e R$ 37.535 (Fox). E a lista de opcionais não para por aí... Gostou do volante de Passat CC do Fox testado? Pois ele é cobrado à parte, e só vem junto com o sistema de som de fábrica.
Por esses mesmos motivos, o Gol se dá melhor com os 76 cv e 10,6 kgfm do motor VHT 1.0 — o FoxGol arranca com menos esforço e reclama menos quando surge uma ladeira. Ambos recorrem a uma relação bastante curta nas primeiras duas marchas, o que ajuda nas saídas, mas atrapalha nas reduções. Na mudança de 3a para 2a, é preciso diminuir bastante a velocidade para não haver um tranco. Em contrapartida, o motor é bastante suave e, mesmo em giros elevados (ou seja, na maior parte do tempo), o ruído não chega a incomodar. Na estrada, a 120 km/h, o conta-giros aponta 4.000 rpm. sente maior necessidade do 1.6. Apesar de a dupla ter andado próxima nos testes (quando o motor é exigido ao máximo), no dia a dia o
OK, o teto elevado tem suas contraindicações, mas também é a razão de ser (e de vender) do Fox. Dentro dele, a gente fica pelo menos 6 cm acima do Gol. E isso vale tanto para o motorista quanto para os passageiros. As mulheres adoram, e muitos homens também. Isso porque dirigimos com a cabeça longe do teto, numa posição privilegiada. Como o banco do Fox tem ajuste de altura, é mais fácil de se ajeitar nele do que no Gol, em que o assento somente muda a inclinação da parte de trás. Em largura e espaço para as pernas, porém, a disputa é parelha. E no porta-malas a vitória vai para o Gol, com 290 litros contra 257 litros. O Fox pode ter esse volume aumentado com o banco traseiro corrediço, mas isso é opcional — e quando empurrado para frente, ele rouba espaço dos ocupantes.
Entre altos e baixos, a conclusão: o Fox está na melhor safra. Ganhou requinte para se distanciar dos “populares” e voltou a se destacar do Gol — tanto que venceu o comparativo. Mas, se optar por ele, olhe com carinho a versão 1.6.
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