Clubecarros: Fox ou Gol , qual comprar?

quarta-feira, 30 de março de 2011

Fox ou Gol , qual comprar?

Em 2008, o Gol se reinventou efez o Fox ser vendido com desconto. Mas, agora que o altinho deu a volta por cima, qual deles escolher?
O novo Gol tinha acabado de chegar às ruas e, numa conversa informal, um funcionário da Volkswagen me contava as qualidades do carro. Diante da enorme evolução do modelo “G4” para o “G5”, provoquei: “Agora quero ver o que vocês vão falar para vender o Fox...” O engenheiro então esboçou um sorriso e antecipou: “Espere só o que a gente vai fazer com ele no ano que vem”. Não era blefe: o Fox “G2” passa uma borracha na maioria das falhas do antigo. E começa a escrever um novo capítulo na história do modelo.

Logo de cara, a gente já nota a maior maturidade dele. A frente com grade e faróis mais retilíneos, que faz parte da nova identidade visual dos VW na Europa, deu um ar mais sério ao compacto. Incrível como ele deixou o
Gol, representante da “era Tiguan” (faróis estreitos e espichados, grade de cantos arredondados) com jeito de coleção do ano passado. Isso não quer dizer, porém, que o carro mais vendido do país tenha perdido a graça. Lateral e, principalmente, traseira são mais interessantes. No Fox, a parte de trás continua com lanternas pequenas (embora com desenho interno mais bacana) e vidro retangular, sem graça.

É do lado de dentro, entretanto, que o novo Fox surpreende. Após seis anos reclamando do painel minimalista e do acabamento franciscano, eis que agora nos deparamos com a cabine mais caprichada entre os 1.0. Os mostradores são grandes, vistosos, e o painel mistura plásticos de três texturas diferentes — a parte central, com toque suave, é a melhor delas. O compacto também ganhou porta-luvas (que a SpaceFoxGol aposta no trivial simples: tem quadro de instrumentos menor e mais discreto, além de plásticos de visual e tato menos refinados. Isso sem falar na parte interna da janelinha da porta traseira sem cobertura plástica, que deixa a lataria à mostra. Outra prova de economia são os comandos dos vidros elétricos traseiros no centro do painel, e não na porta do motorista como no Fox.
sempre teve) e, enfim, forração de tecido nas portas. O

Gostou das mudanças do Fox? Então, vamos logo à má notícia: não dá mais para comprá-lo pelo mesmo preço do Gol, como aconteceu no lançamento do “G5”. E a diferença é significativa em se tratando de modelos 1.0. Enquanto o líder de vendas parte de R$ 28.850, o irmão mais alto custa R$ 32.360 (na versão quatro portas). A vantagem do Fox são os equipamentos de série, como direção hidráulica, limpador/lavador do vidro traseiro e rodas aro 15 com pneus 195/55. O Gol básico não oferece nem conta-giros, e as rodas são aro 13 com pneus 175/70. Para chegar à configuração mais desejada (ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros elétricos), os preços pulam para R$ 34.285 (Gol) e R$ 37.535 (Fox). E a lista de opcionais não para por aí... Gostou do volante de Passat CC do Fox testado? Pois ele é cobrado à parte, e só vem junto com o sistema de som de fábrica.


Se você topar bancar a diferença entre eles, saiba que a raposa também vai demandar custo extra para manter. O Fox tem o seguro um pouco mais caro (veja quadro no início da reportagem) e consome mais combustível. Foram 8,0 km/l de álcool na cidade e 10,1 km/l na estrada, números que melhoram para 8,7 km/l e 11,5 km/l no rival. Como ambos utilizam o mesmo conjunto de motor e câmbio, a diferença pode ser creditada ao peso inferior (934 kg contra 1.009 kg) e aos pneus mais estreitos (que geram menor arrasto) do Gol.

Por esses mesmos motivos, o
Gol se dá melhor com os 76 cv e 10,6 kgfm do motor VHT 1.0 — o FoxGol arranca com menos esforço e reclama menos quando surge uma ladeira. Ambos recorrem a uma relação bastante curta nas primeiras duas marchas, o que ajuda nas saídas, mas atrapalha nas reduções. Na mudança de 3a para 2a, é preciso diminuir bastante a velocidade para não haver um tranco. Em contrapartida, o motor é bastante suave e, mesmo em giros elevados (ou seja, na maior parte do tempo), o ruído não chega a incomodar. Na estrada, a 120 km/h, o conta-giros aponta 4.000 rpm. sente maior necessidade do 1.6. Apesar de a dupla ter andado próxima nos testes (quando o motor é exigido ao máximo), no dia a dia o

Além de embalar com maior facilidade, o Gol também roda mais macio. Por conta de seus 12 cm extras de altura, o Fox tem suspensão rígida para não balançar nas curvas. A VW diz que recalibrou molas e amortecedores, mas, na prática, ele continua batendo seco nos buracos — e repassa o tranco para os passageiros. Já o Gol passa sua-ve sobre pisos irregulares e mesmo assim não fica atrás do Fox nas curvas. Ponto para ele. Em termos de suavidade nas trocas de marcha, temos um empate em alto nível.

OK, o teto elevado tem suas contraindicações, mas também é a razão de ser (e de vender) do
Fox. Dentro dele, a gente fica pelo menos 6 cm acima do Gol. E isso vale tanto para o motorista quanto para os passageiros. As mulheres adoram, e muitos homens também. Isso porque dirigimos com a cabeça longe do teto, numa posição privilegiada. Como o banco do Fox tem ajuste de altura, é mais fácil de se ajeitar nele do que no Gol, em que o assento somente muda a inclinação da parte de trás. Em largura e espaço para as pernas, porém, a disputa é parelha. E no porta-malas a vitória vai para o Gol, com 290 litros contra 257 litros. O Fox pode ter esse volume aumentado com o banco traseiro corrediço, mas isso é opcional — e quando empurrado para frente, ele rouba espaço dos ocupantes.

Entre altos e baixos, a conclusão: o
Fox está na melhor safra. Ganhou requinte para se distanciar dos “populares” e voltou a se destacar do Gol — tanto que venceu o comparativo. Mas, se optar por ele, olhe com carinho a versão 1.6.

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